Esse não é meu manhwa favorito, mas, também, não o odeio tanto como muitas pessoas fazem. Nele você encontra fatos e sentimentos que, normalmente, não são encontrados em outras histórias, e, talvez, seja por isso que gera tanta controvérsia entre os leitores.
Os protagonistas, Violet e Winter, conseguem dividir a opinião do público de uma forma diferenciada. Enquanto uns defendem a protagonista feminina, outros, assim como eu, admiram o protagonista masculino. Mas por quê?
Vamos analisar primeiro a temática do manhwa, em um universo onde a maioria das histórias falam sobre reencarnação, regressão e magia, What It Means to Be You traz um tema tabu: o suicídio.
Violet tem origem nobre, cresceu cercada por afeto e tudo que o dinheiro pudesse comprar, ao contrário de Winter, que teve a infância marcada pelo abandono e aprendeu que tudo pode ser comprado com dinheiro, inclusive o afeto. Filho ilegítimo de um duque, ele trabalhou muito, desde criança, para obter a riqueza que agora possui. Ela, em contrapartida, era uma princesa de um reino fracassado, que foi vendida em troca do pagamento das dívidas da família real.
Após a realização do casamento, ele descobre que foi enganado: além de não receber nenhum título de nobreza, como foi combinado, perdeu grande parte de sua fortuna. Enfim, mesmo sabendo que ele havia sido vítima de um golpe, é Violet quem se vitimiza todo o tempo. Fora da bolha de contos de fada, ela não consegue enxergar que as coisas vão muito além de suas frustrações, escolhendo o suicídio como rota de fuga e solução de seus problemas.
Ao contrário do que desejava, sua alma apenas troca de corpo, indo parar no protagonista masculino e, ele, nela, fazendo com que cada um tenha, pela primeira vez, acesso a todos os transtornos e angústias do outro, e que essa troca se desfaz quando eles se tocam.
O que assusta e afasta a maioria dos leitores é o fato de que esse ato seja repetido várias vezes, pois Violet não consegue superar a arrogância e o egoísmo, mesmo depois de descobrir toda a realidade sombria que Winter vivia e de tudo que ele faz para conquistá-la e ser perdoado. Em contrapartida, ele, quando assume o corpo dela, tenta resolver os problemas e conflitos da esposa.
Com a divergência de opiniões gerada entre os leitores, essa história recebe tanto elogios como críticas. Há quem defenda o comportamento da Violet, que acredita que o amor é essencial e que o dinheiro não pode comprá-lo, enquanto outros defendem o Winter, que tenta, de todas as formas, ser aceito, mesmo que tenha que pagar caro por isso.
Lembrando sempre que, independente de tudo, o mais importante é respeitar a opinião de cada um, e, se algo te incomoda, te causa sofrimento ou te faz lembrar de uma fase ruim, talvez a melhor opção seja não consumir esse conteúdo e, também, não causar transtorno através de comentários ofensivos a quem gosta da história, pois isso é desagradável.
Tanto dentro como fora da ficção, a melhor alternativa é o diálogo e o suicídio não é solução para nada. Existe, além dos amigos e da família, o Centro de Valorização à Vida, onde você pode conversar com um voluntário para obter apoio emocional.
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